Review: Zankyou no Terror


Olá, gente!

Depois de alguns dias sem postar, reapareço com uma review de Zankyou no Terror

Quis escrevê-la no momento que terminei de assistir, mas estava sem tempo e também não queria estar demasiadamente influenciada pelos sentimentos que me acometeram no último episódio... De qualquer forma, aqui está!


Zankyou no Terror (残響のテロルTerror in Resonance, Terror of Resonance, Terror in Tokyo) é dirigido por Shinichiro Watanabe, famoso por seu trabalho com Cowboy Bebop e Samurai Champloo. Por este motivo, esse anime estava sendo cotado para melhor da temporada antes mesmo de estrear, mas será que alcançou as expectativas? Vamos à sinopse:

Num dia de verão, um bombardeio terrorista subitamente atinge Tóquio. Descobre-se que os culpados por trás desse ato que acordou a nação do seu sono complacente são apenas dois garotos. Agora, os culpados, conhecidos como “Sphinx” começam um grandioso jogo que engloba todo o território japonês.

Essa sinopse pode ser encontrada em vários sites, porém, depois de assistir o anime, devo dizer que ela induz ao erro, fazendo-nos pensar que a população é importante de alguma forma, então vou detalhar um pouco o primeiro episódio (e alguns momentos a mais):
Em Aomori, Japão, plutônio é roubado de uma usina nuclear. O autor do crime deixa a mensagem “VON” escrita em tinta vermelha na cena do crime. Seis meses depois, um vídeo misterioso surge na internet onde dois adolescentes mascarados se apresentam como Sphinx 1 e Sphinx 2 e anunciam um atentado terrorista.
Em seguida, conhecemos dois jovens inicialmente chamados de Arata Kokonoe e Touji Hisami que haviam acabado de se transferir para uma nova escola em Tóquio. No caminho para sua primeira aula, eles encontram uma estudante chamada Lisa Mishima que estava a sofrer bullying das colegas, mas é “salva” pelas atitudes incomuns de Hisami. Mais tarde, descobrimos que os nomes verdadeiros dos dois rapazes são Nine e Twelve e que foram eles os responsáveis pelo roubo do plutônio e pelo vídeo.
Através de uma série de eventos, Lisa se torna cúmplice do Sphinx, apesar de não entender coisa alguma sobre bombas, atentados terroristas ou mesmo ter inteligência equiparável a de Nine e Twelve.
Além desses três, temos Shibazaki, um detetive talentoso que estava afastado de seu posto original, mas é chamado após o primeiro ataque do Sphinx e por ser o único capaz de compreender os enigmas dos garotos.

Apesar de ter conhecimento sobre o diretor, não fui assistir com grandes expectativas para não me frustrar, mas o primeiro episódio conseguiu me prender: a animação é fluida, os personagens se mostram inicialmente interessantes, as canções de abertura e encerramento são diferentes e a história parecia promissora.

No entanto, depois de quatro episódios, a qualidade decaiu em diversos pontos e não tive um anime tão incrível quanto achei que teria ao assistir Falling, o primeiro episódio, o que nos leva a indagar: o que aconteceu com Zankyou no Terror? Por que não foi tão bom quanto parecia que seria?


Existem várias respostas para estas perguntas e "falhas na história" é uma delas. Um exemplo dessas falhas é a polícia completamente inútil de Tóquio (sim, o “todo território japonês” da sinopse praticamente se resume à Tóquio) que não conseguia decifrar enigmas simples dados pelos terroristas e precisavam de seu melhor detetive para alcançar uma resposta que poderia ser encontrada facilmente na internet.

Também é válido mencionar que, no primeiro episódio, os três protagonistas estavam matriculados em uma escola, mas, aparentemente, nunca mais dão as caras no local e, apesar de compreender porque Lisa não frequenta mais a instituição de ensino, Nine e Twelve deveriam estar lá ao menos com o intuito de manter o disfarce.



Além disso, momentos cruciais para o detetive Shibazaki  o único capaz de usar a internet ou visitar uma biblioteca  não têm o desenvolvimento que merecem. Há um momento em que seu amigo, sem intenção, lhe dá a informação necessária simplesmente por ser viciado em games e entender um pouco da história nas quais os mesmos foram baseados... Convenientemente, ele estava jogando um jogo cuja história tem certa relação com o enigma dos terroristas. Ah, e não podemos esquecer sua filha, que entende tudo de bombas e lhe dá todas as respostas que precisa. Tudo muito conveniente, não?

Outra discrepância é a moral de Nine e Twelve que não os permite matar, fazendo-os arriscar suas próprias vidas para salvar a de vários outros ao longo do anime. No entanto, um de seus atentados tem como consequência deixar a cidade inteira sem energia elétrica e causar dano a maioria dos equipamentos eletrônicos. Com isso, entende-se que quem dependia de aparelhos para sobreviver morreu, sem contar as centenas de marca-passos que pararam de funcionar... Nine e Twelve, brilhantes por natureza, teriam pensado nisso.



Para finalizar as partes ruins, vamos falar de Five, outro gênio, que é, de longe, a pior coisa desse anime e pseudo-vilã do mesmo: essa personagem chega sem propósito, não contribui positivamente para a história e se retira deixando apenas um “já vai tarde” em nossos pensamentos.

Já havia dois personagens inteligentíssimos que estavam sempre à frente da polícia e seus investigadores – é para ser grande coisa na história, mesmo os policiais não sabendo realizar uma pesquisa básica – então, quando apareceu alguém superior a eles, o programa perdeu toda a vibe realista que ainda tinha.

Tudo na Five é um erro, a começar por não existir motivos para estar ali: a ideia de apenas querer brincar com um oponente inteligente é super batida e não combinou nem um pouco com alguém que faz parte do FBI (e só o fato de ela estar no FBI já não parece certo, ou seja...). Particularmente, preferia algo mais plausível como "eterno ressentimento por ter sido deixada para trás, quando considerava os dois sua única família", etc., mas não... No final, ela não passa de uma yandere← qualquer.

O jogo de xadrez no aeroporto é simplesmente ridículo, uma das partes mais sem-noção e chatas do anime.

Mesmo com tudo isso, Zankyou no Terror tem pontos que fazem valer a pena assistir, como o dedo mágico de Yoko Kanno:


Playlist, caso não tenham notado.


Que OST perfeita! Em alguns momentos, sentia que se a tela ficasse completamente escura e apenas as músicas estivessem tocando, ainda compreenderia o que estavam tentando passar para os telespectadores.

Há uma cena em particular que me encantou: Twelve e Lisa na moto do rapaz ao som de Is. Sinceramente, não acho que verei algo mais belo que isso esse ano ou até em mais tempo que isso. Para quem quiser conferir ou relembrar:


Como já disse, a animação tem seus momentos bons  o primeiro episódio é um dos melhores  e a arte é um dos pontos altos do anime. Não vemos olhos gigantes em todos os personagens e cabelos coloridos que desafiam a gravidade (não que isso seja ruim, mas não combinaria com o tema de ZnT). Só estranhei um pouco os olhos de Twelve, que pareciam brilhar mais que todo o resto, mas creio que foi proposital.

Por ser uma história em terceira pessoa e ter apenas 11 episódios, é muito mais difícil conectar o telespectador com os personagens, mas consegui gostar de Twelve e Lisa consideravelmente, a ponto de ficar feliz ou triste por eles. Twelve também é um dos que mais "cresce" na série.

O final não é ruim, mas deixou a desejar. Ao menos, é conclusivo... Conclusivo demais, eu diria. A morte deles já estava decretada desde o começo, mas não imaginei que seria tão trágica e antes de quaisquer momentos felizes. Sim, sei que eles passaram um dia inteiro brincando de serem adolescentes normais com a Lisa, mas não foi mais que isso. E eu realmente queria que algum deles houvesse deixado um filho. lol

Ao final de tudo, podemos concluir que a proposta inicial de Zankyou no Terror era ser um anime inteligente, que seria lembrado por anos após a sua exibição devido à alta qualidade e história superior, mas não foi bem isso que aconteceu. Os pontos fortes da série como OST estelar, boa animação e arte agradável aos olhos são ofuscados pelos muitos buracos na história, personagens que não conquistaram a todos (pobre Lisa... Gostei bastante dela, mas sou uma das poucas), pouco character development e vilã ridícula. Minha nota é:

3 Nanikinhas matando mordomos

Me despeço dizendo que esse anime dividiu opiniões, então você pode assistir e ter uma opinião completamente diferente da minha e eu nem ficaria surpresa, uma vez que uns acharam meia-boca e outros o consideram genial.

Até o próximo post!
 
Layout feito por Adália Sá | Não retire os créditos