Resenha: Amnesia


Olá, gente.

Hoje é 3 de outubro, uma data especial para qualquer fã de Fullmetal Alchemist, mas, como ainda não estou satisfeita com o que escrevi, vamos seguindo a vida como se nada estivesse acontecendo. Ignorem minhas lágrimas.

Para a primeira resenha do blog, vou falar de um anime diferente dos que eu costumo assistir: AMNESIA. YAY!!!


Exibido no começo de 2013, Amnesia é um anime de 12 episódios baseado em um otome game para PSP e, como tal, é dirigido ao público feminino adolescente... Mas isso não é desculpa para o que assisti e acho que as adolescentes deveriam se sentir ofendidas com uma história dessas sendo direcionada a elas. Vamos à sinopse:
“Certa manhã, uma jovem acorda e descobre que perdeu a memória completamente. Sua vida, seus relacionamentos, seu próprio nome... Tudo se foi. O que resta é um celular com nomes que não reconhece e Orion, um garoto que apenas ela pode ver. Com a ajuda de Orion, ela luta para entender a si mesma, um namorado que não conhece e centenas de coisas mínimas de sua vida. No entanto, sem nenhuma lembrança, a única alternativa é criar novas memórias, mesmo que isso signifique deixar amores antigos para trás*”.
Antes de apontar as falhas do anime, vamos às partes boas, a começar por Zoetrope, canção de início: que abertura linda. Sem mais. Creio que não a pulei uma única vez, pois tanto a música quanto as imagens em si são ótimas e a letra encaixa perfeitamente com o anime (e isso é mais raro do que deveria).


A arte também é um ponto positivo de Amnesia. Quase tudo ali é eye candy. As roupas de todos os personagens são lindas e diferentes umas das outras – principalmente dos rapazes e da personagem principal – e ainda temos o bônus da Heroine (que tem um cabelo diferente também) trabalhar em um Maid Café.

Além disso, acho difícil encontrar olhos mais belos que os desse anime, embora alguns possam achar estranho no começo. Uma pena a animação não ser tão boa... Espero ver mais desse estilo em uma produção maior.



Agora, vamos aos motivos da nota que dei...

Serei um pouco mais clara que a sinopse, mas sem grandes spoilers: para começar, ao contrário do que o resumo dá a entender, ela não acorda em uma bela manhã e vive sua vida a partir dali criando novas memórias... Não. Isso acontece durante um curto espaço de tempo, mas ela dá um jeito de quase morrer e acordar no mesmo dia novamente, ainda sem memórias, porém em um mundo diferente.

Sabe a teoria das dimensões que diz que, neste plano, estou digitando algo relacionado a um anime, mas, em outro lugar, a Sadakinho #2 pode estar dormindo com o notebook no colo? Exato. Em Amnesia, a personagem principal fica transitando entre vários mundos, sendo alvo dos sentimentos românticos de rapazes diferentes, se apaixonando pelo namorado da vez” e lutando para ninguém perceber que ela não se lembra de nada.

Você pode até pensar “UAU! Deve ser interessante ver uma garota sem memória fingir que está tudo bem, quando, na verdade, está recebendo ajuda de uma fada macho que só ela vê para tentar descobrir o que está acontecendo com ela”, mas... Não é bem assim, apesar da premissa ser realmente interessante.


O problema começa na personagem principal: ela está lá apenas para ocupar espaço enquanto a telespectadora se imagina no lugar dela. Em outras palavras, só existe para facilitar a self-inserction. Uma prova disso é a ausência de nome da mesma. Isso mesmo! 12 episódios e o nome da dita nunca foi mencionado!

“MAS ISSO NÃO ESTRAGA O ANIME!”. É claro que não! Porém, além de não ter nome, a Heroine – como costumam chamar mundo afora – não tem personalidade, instinto de autoproteção, amor próprio e, ao que parece, a habilidade de comunicar-se dela também foi afetada, pois ela apenas murmura durante a maior parte do anime.

É bem óbvio que queriam facilitar a vida de quem gosta de se imaginar no lugar da “mocinha”, mas acho que exageraram na falta de caracterização da personagem principal. Uma pena, pois quando falam de como ela era antes de perder a memória, fazem-na parecer ter sido bem mais interessante do que aquilo que estamos vendo.
Vejam como ela luta por sua vida!
Ainda assim, não acho que um personagem principal ruim seja capaz de arruinar uma série inteira, a não ser que forcem MUITO (convenhamos, muitos protagonistas são insuportáveis e a gente consegue conviver com isso), então... O que realmente estragou esse anime?

A junção de uma Heroine sem personalidade ou amor próprio e que não consegue dizer “não” (etc.) com cinco namorados dos quais a maioria necessita urgentemente de terapia... E outros precisam de umas férias na cadeia.

Todos os namorados são associados a um naipe de baralho, sendo todos diferentes, podendo ser amigos de infância ou conhecidos dependendo do mundo em que ela está. No entanto, não tem nenhuma obra-prima ali, apenas os velhos clichés: o pseudo-bad boy, o popular, o amigo de infância, o nerd e o misterioso.

Sério. Eu poderia associar cada uma dessas características a personagens de animes de esporte de tão batidos que são.



Quase todos os rapazes, de alguma forma, fazem algo que, particularmente, acho inaceitável fazer com uma pessoa. Desde forçar interações físicas até drogá-la... E o pior é que isso é tido como algo bom, afinal, “ele faz isso por amor”.

Não, isso não é certo, não importa os motivos. É doentio, é desumano, é CRIME, não deveria ser colocado como algo a se esperar de um relacionamento amoroso e só ensina adolescentes a verem abuso como algo normal e até esperado, afinal “ele só bate porque ama e tem medo de perder você”.

Como se não fosse ruim o suficiente, além de enaltecer namoros não-saudáveis, o anime tem um ritmo insatisfatório. É lento demais! Creio que são poucos os animes com apenas doze episódios que conseguem esta terrível façanha.

A maioria dos episódios consiste da Heroine tentando lidar com o namorado da vez e pequenas coisas do cotidiano, raramente coletando memórias ou buscando entender o loop no qual está presa (ao som de uma OST que faz tudo parecer mais parado).

A verdadeira história se desenrola apenas nos dois últimos episódios, sendo que poderia ter sido trabalhada desde o começo, nos poupando da impressão de termos passados 10 episódios vendo nada acontecer para depois ter tudo vomitado na nossa cara de uma só vez.

E devo dizer que o final não é exatamente o que chamamos de satisfatório, uma vez que deixa diversas perguntas sem resposta... E uma das respostas não dadas é importante demais para ser ignorada.

Com tudo isso, Amnesia não merece uma pontuação maior que:

Confesso que não há nenhum harém reverso nos meus planos (embora minha irmã esteja tentando me fazer assistir Uta no Prince-sama... Devo?), mas espero que minha próxima experiência com este estilo seja mais agradável.

Não esqueça de curtir a página do Nankin Dust no facebook clicando aqui!

*Sinopse retirada e adaptada daqui.
 
Layout feito por Adália Sá | Não retire os créditos