Contagem regressiva para: O HORROR


Olá, gente! Este é o primeiro post de 2015. Sejam gentis com ele.

É janeiro e o ano ainda nem completou uma semana de existência, mas já temo o que pode vir. Não que eu esteja esperando grandes desgraças para os próximos meses, mas, desde que entrei na faculdade, janeiro se tornou meu mês preferido de todos. Creio que podem imaginar o motivo.

Como podem ver na minha breve apresentação na sidebar, sou estudante de Psicologia e, graças a Deus, faço o nono período este semestre, mas, pra chegar até aqui muitas lágrimas chorei~♪



Para começar, nunca gostei de estudar. *BOOM* É engraçado dizer isso, porque raramente vejo pessoas reconhecendo tal coisa. Na maioria das vezes, culpam a falta de tempo, a ausência de bons professores ou qualquer outra coisa para justificar notas baixas ou desistência de curso. Comigo não tem isso: admito mesmo que não nasci para ficar de cara enfiada nos milhares de textos teóricos do ensino superior.

Levando em consideração esse fato, imaginem o sofrimento que uma faculdade de cinco anos se tornou para mim... Já perdi as contas de quantas vezes pensei “deveria ter feito pedagogia, afinal só dura três anos e meio!” e me perguntei “é só pra mim que esse tempo não passa voando?”.

O passar dos anos parece não ter atingido meus colegas, que raramente mencionam estar enfadados, ao contrário de mim, que saio de casa com as piores roupas possíveis – porque aquele lugar não merece minha beleza! – chego à sala com a melhor cara de “vamos brincar de Battle Royale?” e me jogo na cadeira como quem pegou a senha 907 e ouviu o atendente chamar o número 004.

Obviamente, no começo, não era assim e já cheguei a ser uma das melhores alunas da turma no quesito nota. Quem me conheceu naquela época sequer imaginaria que eu iria perder meu 2014 inteiro pagando matérias que perdi nos períodos anteriores, além, é claro, do período “normal” que deveria cursar, me deixando com zero de tempo livre.

O estranho disso tudo é que não odeio meu curso, ainda que a faculdade tenha me feito acreditar muitas vezes que sim. Me interesso por psicologia desde quando vi uma matéria sobre autismo em alguma revista da Editora Abril... E essa memória é tão antiga que nem lembro se minha irmã (que hoje tem 15 anos) já existia.

Gosto de psicologia e da ideia de ser psicóloga em um futuro próximo, mas acabei associando a faculdade a coisas ruins por diversos fatores. Primeiro, a maioria das ofertas de emprego que encontro é para trabalhos que tomam o dia inteiro e eu, belíssima, estudo à tarde, não podendo me transferir porque sou bolsista. Isso me deixa bem chateada, afinal tenho 23 anos e nunca esteve nos meus planos estar desempregada com esta idade.


Segundo, no terceiro período, me mudei para bem longe do lugar onde estudo e até hoje – três anos depois – considero um martírio sair de casa e passar quase 2h dentro de um ônibus lotado no clima da minha cidade para realizar minha atividade favorita: estudar. Antes de morar na minha atual casa, morei em vários lugares, mas todos a 15 ou 30 minutos da faculdade, então foi desagradável perder 1/6 do meu dia em engarrafamentos todos os dias.

Terceiro: expectativas. Minhas e alheias. Como já mencionei neste blog, não gosto de ter grandes expectativas para não me frustrar... Infelizmente, nem sempre consigo não tê-las e, normalmente, as demais pessoas já as têm no momento em que descobrem que você está no ensino superior.

Depois de cinco anos de sofrimento, o mínimo que vou esperar é  ter um emprego decente. Se eu não conseguir, “frustração” não vai conseguir descrever os meus sentimentos. Já os demais seres humanos acreditam que você deve ter conhecimento interminável da área que está estudando ainda quando está no primeiro período!



Já perdi as contas de quantas vezes ouvi “o que a psicologia diz sobre isso?”... E lá ia eu perder 15min do meu tempo explicando que a psicologia não era ciência de uma única teoria e que um psicólogo poderia contradizer o outro, etc. De hoje em diante, minha resposta padrão será: “por R$800/mês, você descobre”, ainda que, atualmente, eu já tenha algum esclarecimento dentro do meu cérebro mal utilizado.

E por último devo alertá-los que, se algum de vocês deseja cursar psicologia no futuro, transformem-se em robôs. Caso prefiram continuar como humanos, estejam preparados para “você é psicóloga! Tem que se controlar!”, “uma psicóloga com baixa auto-estima? Como isso é possível?”, “como assim você está com problemas de saúde por causa de stress? Você não é psicóloga?”. Sim, queridos, aparentemente psicólogos são humanoides, não humanos.

De qualquer forma, estou feliz por este ser o último ano e também grata por tudo que me permitiu chegar até este momento, pois se não fosse Deus, não teria conseguido a bolsa; se não fosse pela minha mãe, não teria aguentado oito períodos; se não fosse a faculdade, eu provavelmente estaria fadada a ser freelancer em algo que não sou muito boa.

Com tudo isso, só me resta: aproveitar o resto das férias!


Até o próximo post!

PS: Coloquei um music player na sidebar que não começa a tocar automaticamente (porque sei que isso irrita) e quero dizer aos fãs de Tokyo Ghoul que devem ouvir a segunda música com fones. Ouçam. É uma ordem. n
 
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