Review: A Caçada dos Elfos – Tomo I


Olá, gente!

Hoje, trago para vocês uma pseudo-resenha de um livro que li há alguns meses e até cheguei a fazer um Li Até a Página 100 no blog: A Caçada dos Elfos – Tomo I, o primeiro volume da trilogia Elfos, escrito por Bernhard Hennen e lançado pela Editora Europa em 2012.

Esse livro chegou em minhas mãos em razão da minha compulsão momentânea por promoções no Submarino. Mesmo sem ter nenhuma indicação de alguém confiável, resolvi comprar os três livros da coleção pelo preço agradável. Eis a sinopse:

Tudo começa quando Mandred, um humano, é atacado por uma besta que aterrorizava seu povoado. Ferido, consegue escapar e acaba adentrando o Mundo dos Elfos. Ao contar sua história, consegue que a rainha do povo élfico destaque dois dos seus melhores guerreiros, Nuramon e Farodin, para ajudá-lo a caçar o monstro. No entanto, ambos têm suas próprias ambições e disputam o amor da feiticeira Noroelle, que enfrenta um exílio terrível, e pretendem resgatá-la. Nesta caçada, lealdade, amizade e coragem serão duramente postas à prova.


Para começar, gostei bastante da capa, apesar de ser bem clichê, e todas as palavras e as espadas têm uma textura diferente do restante.  A única coisa que me incomodou foi a auto-propaganda imitando adesivo, dizendo que o livro é um best-seller. Como se já não bastasse o desnecessário “AVENTURA E FANTASIA”.

Apesar de ter 336 páginas, é um livro leve, podendo ser carregado para quase qualquer lugar, tanto que li boa parte dele dentro dos ônibus. O tamanho da fonte é agradável também, sendo, em sua maioria, Minion Pro. Unindo estes fatores as páginas amareladas, a leitura flui sem causar dores de cabeça. Também há um marcador de páginas... Feio, mas dá para o gasto.


O livro já começa nos inundando com ação: Mandred, o guerreiro mais forte de sua aldeia, e seus companheiros estão caçando uma criatura estranha que foi avistada nas proximidades. Mesmo não acreditando nos relatos, como jarl do lugar, seu dever é checar para que o vilarejo continue um lugar seguro para os demais habitantes.

A busca se mostra frustrada e os guerreiros decidem voltar para suas casas pela manhã. Quando se aqueciam em volta da fogueira, uma criatura com corpo de homem e cabeça de javali aparece e mata um a um, mas Mandred foge – com a criatura em seu encalço – para um círculo mágico, com o intuito de acender a fogueira que servia para avisar aos moradores de sua aldeia que deveriam fugir.

Como imagino o Mandred kk
Chegando lá, não há mais lenha alguma e a criatura lhe alcança, mas não ataca e mostra que sabe falar. Mandred se arrepende de sua atitude, pois acredita que deveria ter morrido com seus amigos para ter seu lugar à mesa dos nobres guerreiros. Em seguida, adormece, crendo que não iria mais acordar em razão do sangue perdido e inverno da região.

Contrariando sua lógica, ele acorda, mas em um lugar totalmente diferente e ouve dos lábios de um ser não-humano que foi curado por um carvalho antigo. Ninguém sabia como o humano havia chegado naquele mundo, mas ele acreditava que a ameaça saíra dali, logo a rainha dos elfos, Emerelle, pede para conhecê-lo.

Mandred pede ajuda da rainha para derrotar o homem-javali e salvar sua vila. Em troca, ele lhe daria o filho que sua mulher carregava no ventre. Desta forma, se inicia a Caçada dos Elfos, que reúne os melhores guerreiros, incluindo lobos, feiticeiras e centauros.

Paralelamente, também nos é mostrado o triângulo amoroso formado por Farodin, Nuramon e Noroelle.  A elfa é apaixonada e cortejada pelos dois, mas sabe que em algum momento terá que optar por um. Os dois, mesmo desejando a mesma mulher, não são inimigos, pois, aparentemente, neste universo, os elfos são mais evoluídos na esfera emocional.

Farodin é muito bonito, com feições perfeitas e extremamente estimado por todo o povo do Mundo dos Elfos. Também é um grande guerreiro e já participou de várias caçadas, para a preocupação de Noroelle, que sempre teme a possibilidade de seu amado não voltar.

Já Nuramon é dono de uma beleza rústica e, assim como Noroelle, faz uso de magia, mas seus poderes são voltados para a cura. O rapaz não é bem visto no Mundo dos Elfos por sua alma ter renascido várias vezes, sempre atraindo desgraças para si e para todos ao seu redor. A caçada liderada por Mandred é sua primeira oportunidade de cair nas graças de seu povo e talvez romper o ciclo.


Ao contrário do que o título implica, a caçada dos elfos não toma conta do livro inteiro. Na verdade, a impressão que o leitor tem é de que se passou mais tempo se preparando para a caçada e depois se lembrando dela do que qualquer outra coisa.

A sinopse engana e faz parecer que tudo que é retratado ali faz parte deste “grande evento” que reúne os melhores guerreiros do mundo élfico, mas, para vocês terem uma ideia do quão reduzido é o tempo dedicado à caçada, o exílio de Noroelle mencionado na sinopse se dá após a mesma.

Há também uma falta de detalhes que incomoda. Enquanto alguns autores exageram com páginas e páginas descrevendo as paredes, Hennen peca nos dando descrições tão superficiais que, em alguns momentos, não podemos fazer nada além de supor como tal coisa, lugar ou pessoa é. Em dado momento, o autor utiliza ferramentas para indicar um grande salto no tempo que não pude evitar pensar que era por pura preguiça de escrever.

Se outro autor tentasse reescrever essa história com os detalhes necessários, talvez conseguisse tirar uns três livros – não tão grandes, mas três do mesmo jeito – dali, pois muitos acontecimentos importantíssimos além da caçada acontecem, o que me faz pensar que o título poderia ser diferente.

Os personagens carecem de carisma por serem muito rasos e, mesmo tendo mais do que um traço de personalidade, ainda é complicado se apegar a eles. O fato de a história ser contada sob diferentes pontos de vista – ainda que continue em terceira pessoa – talvez contribua para isso. Os mais interessantes são Nuramon e possivelmente a rainha Emerelle, mas não sei se teremos a oportunidade de conhecê-la melhor nos próximos livros.



O final me deixou bem “...”, já que foi tão abrupto que cheguei a virar páginas procurando a continuação no mesmo livro. Não sei se foi proposital, com a intenção de fazer com que os leitores comprassem o segundo livro, mas pela narração fraca, acredito ter sido a inabilidade de Hennen de encerrar o livro decentemente.

Caso eu esteja enganada, a estratégia não me agrada. Terminar um livro sem terminar é errado em minha opinião. Ainda que o fim deixe perguntas abertas e continuações existam, gosto de sentir que li uma obra, não alguns capítulos soltos.

Comecei a ler o segundo livro e ele me fez ter a impressão de que o autor escreveu tudo de uma vez, mas, quando levou para a editora, alguém decidiu que estava muito grande e dividiu a obra... Yep.

Ainda assim, não odiei o livro. Lembro que demorava alguns momentos para decidir ler, mas, quando o pegava, não largava mais e cheguei a chorar quando dei asas a minha imaginação e visualizei – de forma ainda mais vívida do que normalmente faço – algumas cenas em minha mente.



Não recomendo a todos, apenas para os apaixonados por “AVENTURA E FANTASIA”, como está desnecessariamente escrito na capa (e eu desnecessariamente repetindo este fato) que querem ler um livro mais leve no espaço de tempo entre duas leituras mais pesadas.

Como não temos tantos detalhes sobre aparências, roupas e cenários em geral, creio que será difícil para alguém que não está acostumado a esse tipo de leitura visualizar o que está lendo e se divertir. Será apenas um monte de palavras jogadas ao léu, como aqueles livros-textos da faculdade.

De qualquer forma, me agradou o suficiente para me fazer ler o segundo livro (já cheguei a dar três livros da série Sussurro porque odiei o primeiro livro, haha) e, como muitos dizem que a sequência é melhor que a obra de estreia, talvez eu me apaixone pela saga nas páginas de Estrelas dos Albos.

Até o próximo post!
 
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